A escassez de chuvas no sul do Tocantins está causando atrasos significativos no cultivo da soja, preocupando os agricultores locais. A seca prolongada, que afeta a região, não apenas prejudica as plantações, mas também ameaça impactar a semeadura do milho nas próximas safras. Muitos produtores optaram por adiar o plantio devido à instabilidade climática.
Em propriedades como a do agricultor André Luiz Sgorla, o maquinário agrícola permanece parado devido à falta de água. "Não tem água nem para passar os defensivos. A gente tem que ir andar uns 20 km com caminhão-pipa para buscar água nos poços artesianos", relata Sgorla. A situação semelhante é compartilhada por outros agropecuaristas, como Alexsander Rudimar Borghetti, que expressa preocupação com os possíveis prejuízos decorrentes do alto investimento na produção.
Em comparação com a safra anterior, onde toda a área destinada à soja já estava plantada nesta época do ano, o percentual atual atingiu apenas 70%. Thadeu Teixeira, engenheiro agrônomo da Secretaria de Agricultura do Tocantins, ressalta a importância de chuvas constantes para evitar prejuízos significativos aos produtores.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu em 2,4% a previsão para a safra de grãos 2023/2024 em todo o país, refletindo os desafios enfrentados pela agricultura devido ao clima adverso. A demora no plantio da soja também ameaça a semeadura do milho, uma vez que o ciclo agrícola está atrasado.
Além dos impactos na produção agrícola, a escassez de chuvas afeta o nível de rios, colocando em risco a sobrevivência de animais. Na Ilha do Bananal, jacarés se amontoam em poços de lama enquanto peixes enfrentam a falta de água. Em um cenário preocupante, o leito de um rio transformou-se em espaço transitável para veículos, evidenciando a gravidade da situação.
No mês passado, uma operação foi realizada para resgatar peixes encalhados em lagoas que secaram devido à falta de chuvas nos últimos meses. A seca prolongada representa um desafio significativo para a região sul do Tocantins, exigindo medidas e planejamento cuidadoso por parte dos produtores e autoridades locais.