O sumiço de Filipe Coelho Siqueira, há quase quatro meses, ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira (16) com a prisão de dois policiais militares suspeitos de envolvimento no caso. Felipe Augusto Lovato da Rocha e Ismael Nascimento da Conceição foram detidos em uma operação denominada "Missing", conduzida pela Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO) e 6ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (DEIC - Paraíso), com apoio do Grupo de Operações Táticas Especiais (GOTE) e da 5ª Delegacia Regional.
O desaparecimento de Filipe, que permanece sem respostas, ganha contornos sombrios com a possível implicação de membros da Polícia Militar. As imagens que mostram o jovem sendo colocado em um carro preto, supostamente conduzido por um dos PMs agora sob custódia, desencadearam uma investigação minuciosa.
A Corregedoria da Polícia Militar acompanhou de perto o cumprimento dos mandados de prisão preventiva e busca e apreensão. A operação revelou que os militares foram encontrados em suas próprias residências, em Palmas e Paraíso do Tocantins. A defesa dos PMs presos alega ainda não ter acesso ao processo em andamento.
A Polícia Civil, que realizou várias ações para localizar a vítima ou seus restos mortais, utilizou drones com câmeras térmicas nos possíveis locais onde Filipe poderia ter sido descartado. No entanto, até o momento, o jovem não foi encontrado.
Durante as investigações, a equipe da 6ª DEIC identificou que Filipe foi colocado em um carro por dois homens, sendo posteriormente dado como desaparecido. O crime ocorreu por volta das 11h da manhã do dia 1º de agosto na Av. Campinas, no setor Jardim Paulista.
Imagens de câmeras de segurança mostraram Filipe sendo submetido a uma espécie de revista pessoal antes de ser colocado no carro. Posteriormente, descobriu-se que os dois homens nas imagens eram policiais militares.
A polícia descobriu que um dos PMs morava em frente ao local do ocorrido, e o carro utilizado pertencia ao outro militar envolvido. Com Filipe no carro, os policiais inicialmente seguiram para a zona rural de Paraíso e retornaram cerca de 30 minutos depois. Voltaram para o ponto de partida por volta das 14h36, mas desceram do veículo sem Filipe.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), "prosseguindo com os trabalhos de investigação, através de medidas investigativas sigilosas, confirmou-se o envolvimento dos policiais no caso, que praticaram os crimes por iniciativa própria, não havendo relação de suas condutas com o trabalho desenvolvido pela Polícia Militar."
Filipe Coelho Siqueira, de 21 anos, desapareceu no dia 1º de agosto de 2023. Câmeras de segurança registraram o momento em que ele foi abordado, passando por uma revista pessoal e sendo colocado dentro de um carro. A família alega que Filipe, que trabalhava como ajudante de pedreiro e estudava, estaria voltando do serviço para almoçar.
O desfecho desse caso, que envolve mistério, intriga e, agora, membros da Polícia Militar, continua a intrigar a comunidade e a exigir transparência e justiça em todas as fases da investigação. A Polícia Militar do Tocantins, através da Corregedoria, assegura que já instaurou um Inquérito Policial Militar para apurar o caso, cujo procedimento ainda está em curso.
