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Secretário usava primo para alugar apartamento onde foram encontrados R$ 3,6 milhões e joias

Polícia Federal desvenda trama de aluguel fictício e transferências suspeitas envolvendo secretário municipal de Palmas, que foi preso em operação contra corrupção

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Foto: PF

Um emaranhado de artimanhas foi desentranhado pela Polícia Federal, revelando um esquema intrincado protagonizado pelo então secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Serviços Regionais de Palmas, Edmilson Vieira das Virgens. Uma investigação minuciosa expôs sua alegada utilização de um primo como fachada para ocultar R$ 3,6 milhões em espécie e quase quatro quilos de joias. Edmilson é acusado de utilizar o nome do parente no contrato de aluguel de um apartamento onde mantinha seus tesouros, enquanto continuava efetuando os pagamentos. Ele também é apontado por ter usado a conta bancária do primo para transferir R$ 180 mil para terceiros. As ações desvendadas culminaram em sua prisão por lavagem de dinheiro durante operações da Polícia Federal, que também investigam fraudes em contratos públicos da Prefeitura de Palmas. Horas após sua detenção, ele foi exonerado do cargo e, posteriormente, liberado mediante o pagamento de fiança.

O apartamento, localizado no nome do primo de Edmilson, serviu como cofre clandestino para uma fortuna e preciosidades. A investigação revelou que, embora o contrato de locação estivesse em nome do parente, era Edmilson quem custeava o aluguel. A polícia também alega que o secretário utilizou a conta bancária do primo, um motorista de ônibus com renda mensal de R$ 2 mil, para efetuar transferências no valor de R$ 180 mil para terceiros.

Foto: Prefeitura de Palmas

A jornada da investigação desvendou detalhes intrigantes. A Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) indicou que o quarto onde as joias e o dinheiro estavam guardados era trancado e acessado exclusivamente por Edmilson, embora o contrato de locação indicasse que o primo também residia no local. A polícia encontrou um contrato de locação anterior, em nome de Edmilson, evidenciando sua tentativa de ocultar a conexão com o apartamento.

Antônio José de Souza Caminha, gerente de inspeção animal da Adapec, descreveu o árduo trabalho da Agência em auxiliar a Laticínio Líder Norte a se adequar às normas do Sisbi. "Guiamos e acompanhamos os pedidos de empresas que buscam aderir ao Sisbi, SIE, Selo Artesanal ou Selo Arte. Nesse caso específico, o laticínio já possuía o selo SIE e conduzimos toda a documentação junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária, resultando em uma aprovação exitosa", esclareceu.

Foto: PF

Enquanto Edmilson foi liberado mediante fiança, o enigma sobre a origem do dinheiro permanece. Embora não haja informações conclusivas sobre sua conexão com supostos atos de corrupção, sua prisão se insere em uma operação que investiga a compra de kits pedagógicos para escolas municipais, contrato alvo de controvérsias por ter sido realizado sem licitação. A polícia suspeita de supostos pagamentos de propina a agentes públicos, e Edmilson é apontado como tendo proximidade com Fernanda Silva, alegadamente envolvida na trama. A investigação indica que Fernanda, responsável pela contratação da empresa fornecedora dos kits pedagógicos, teria sido indicada por Edmilson ao cargo de secretária executiva da Educação para facilitar a recepção de propina. A defesa de Fernanda ainda não se pronunciou sobre os acontecimentos.

Enquanto a investigação continua, a teia de segredos e alianças começa a ser desvendada, revelando um cenário complexo de ações ilícitas que sacodem os alicerces da administração pública.

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