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Delegado do Pará se Torna Réu em Processo por Cobrança de Propina para Liberar Caminhão de Empresário no Tocantins

Ministério Público apresenta denúncia contra Clóvis César Reis Bueno, que teria exigido R$ 15 mil para liberar veículo apreendido; Justiça aceita acusação e abre processo por concussão.

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Foto: Reprodução

A saga de corrupção que envolve o delegado Clóvis César Reis Bueno ganha novos contornos com a aceitação da denúncia pela 2ª Vara Criminal de Palmas. O policial paraense, anteriormente preso em flagrante pela Polícia Civil em novembro, agora se torna réu em um processo que investiga a suspeita de concussão. A acusação do Ministério Público aponta que Bueno teria exigido propina no valor de R$ 15 mil de um empresário tocantinense para liberar um caminhão apreendido no Pará.

O empresário, que conseguiu registrar o momento da entrega do dinheiro e da ordem de liberação do veículo, foi fundamental para a denúncia que resultou na aceitação pelo juiz Luiz Zilmar dos Santos Pires. O delegado, afastado de suas funções pela polícia paraense, permanece preso em um presídio no Tocantins.

Foto: MP/TO

O processo, que agora se inicia, oferece um vislumbre intrigante do esquema de corrupção organizada. A apreensão do caminhão ocorreu em Santana do Araguaia (PA) sob a justificativa de que um adolescente de 17 anos estava dirigindo o veículo. Além disso, foram encontradas porções de cocaína e comprimidos do medicamento nobésio, conhecido como rebite.

A trama se aprofunda com a revelação de que Clóvis Bueno teria contatado pessoas ligadas ao crime para viabilizar a liberação do veículo mediante pagamento. Um falso investigador e uma suposta advogada teriam intermediado o processo, criando um ambiente de extorsão organizada.

O encontro entre o delegado e o empresário, no qual se acertou o pagamento de R$ 7,5 mil após uma contestação inicial do valor, foi meticulosamente documentado. O promotor João Edson de Souza destaca que esse evento é emblemático de um esquema mais amplo, onde diversos agentes públicos atuam de forma coordenada sob a supervisão de um agente público controlador.

Foto: MP/TO

O Ministério Público utiliza imagens de câmeras de videomonitoramento que confirmam o encontro entre a vítima e o delegado. A entrega do dinheiro foi registrada pelo empresário, que posteriormente prestou queixa, resultando na prisão em flagrante de Bueno em Caseara. O promotor João Edson enviou a ação penal à 2ª Vara Criminal de Palmas, e o juiz aceitou a denúncia na quinta-feira (16).

A defesa do delegado, a cargo do advogado Arthur Del Bianco Camatio, alega que Clóvis César estava em Palmas para uma consulta médica. Camatio afirmou que ainda não teve acesso integral ao inquérito, mas promete apresentar provas da inocência do policial ao longo do processo. O desenrolar desse caso de corrupção promete revelar detalhes intrigantes sobre as práticas ilegais que permeiam certos setores da segurança pública.

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