Um alerta vermelho é emitido no estado do Tocantins, onde os registros de acidentes com aranhas atingiram a marca alarmante de 342 casos somente este ano, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO). O mês de novembro isoladamente contabilizou 69 casos, elevando as preocupações com a segurança da população.
Em uma entrevista a bióloga e aracnóloga, professora Kássia Madaleno, destacou a diversidade aracnídea no estado, com mais de 135 famílias identificadas. Entre elas, apenas três tipos de aranhas são classificadas como de 'interesse médico', capazes de causar acidentes letais ou serem usadas na produção de medicamentos.
A família Sicariidae, representada pela aranha marrom Loxosceles amazônica, a Phoneutria eickstedtae da família Ctenidae, conhecida como aranha armadeira, e a Latrodectus geometricus da família Theridiidae, popularmente chamada de viúva marrom, são as protagonistas desses casos. No entanto, a bióloga enfatiza que, apesar da presença delas, os casos fatais são raros, podendo ser tratados com rapidez se a vítima procurar atendimento imediato.
"Não mate", é o apelo da especialista, destacando a importância das aranhas no ecossistema. Em vez disso, ela aconselha a captura cuidadosa do aracnídeo usando objetos que evitem o contato direto. A bióloga também esclarece que inseticidas são ineficazes contra aranhas, pois são aracnídeos, não insetos.
A população é orientada a não subestimar a presença desses aracnídeos, mas também a não agir de maneira impulsiva. A especialista enfatiza que as aranhas não são naturalmente agressivas e que os acidentes muitas vezes ocorrem devido à falta de atenção, como calçar sapatos sem verificar a presença delas.
Além das medidas individuais, a professora Kássia Madaleno oferece dicas para prevenir o aparecimento de aranhas em casa, destacando a importância de evitar luzes acesas na área externa e a proibição de queimadas e incêndios ilegais.
Em meio a esse cenário desafiador, a conscientização e a adoção de práticas preventivas tornam-se cruciais. A população do Tocantins é chamada a agir de forma responsável, não apenas para proteger a si mesma, mas também para preservar o equilíbrio delicado do ecossistema local.
