Uma indicação que está gerando controvérsias no Estado do Tocantins: Renan Bezerra de Melo Pereira, filho do ex-procurador de justiça Clenan Renaut de Melo, foi indicado pelo Deputado federal Ricardo Ayres do Republicanos para assumir a superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT) na região. Essa indicação levanta questionamentos, uma vez que Renan Bezerra já foi alvo de operações da Polícia Federal no passado. Outro questionamento é o fato da indicação estar sendo feita em detrimento do atual Superintendente Regional do DNIT, Flávio Ferreira Assis, servidor de carreira do órgão, profissional exemplar, que será substituído por indicação política.
Em 2017, Renan Bezerra foi um dos alvos da Operação Ápia, deflagrada pela Polícia Federal, que investigava fraudes em licitações de pavimentação asfáltica. Durante a terceira fase da operação, foram cumpridos mandados de prisão, incluindo o de Renan, que na época ocupava o cargo de ex-superintendente de obras. A investigação apontou para a existência de uma organização suspeita de desviar aproximadamente R$ 200 milhões por meio de licitações fraudulentas envolvendo terraplanagem e pavimentação no Tocantins.
Segundo as informações divulgadas pela Polícia Federal, essa organização atuava em três núcleos compostos por políticos, servidores públicos e empresários, visando burlar a fiscalização e obter lucros com serviços que muitas vezes não eram efetivamente executados. O esquema teria desviado recursos significativos, alcançando a marca de R$ 1,2 bilhão adquiridos através de linhas de crédito, dos quais R$ 850 milhões foram destinados à Secretaria de Infraestrutura (Agetrans) para investimentos em obras rodoviárias. Os contratos dessas obras receberam aditivos que, somados, ultrapassaram a cifra de R$ 1 bilhão.
Diante desse contexto, a indicação de Renan Bezerra feita pelo Deputado Ricardo Ayres para um cargo de destaque no DNIT estadual causa apreensão e levanta questionamentos sobre critérios de nomeação e a própria idoneidade do indicado. A sociedade tocantinense espera por justiça e pela punição exemplar dos envolvidos, fortalecendo assim a confiança nas instituições e na lisura dos processos licitatórios do estado. O Tocantins merece uma gestão pública comprometida com a integridade e o progresso, afastando qualquer sombra de corrupção que possa comprometer o desenvolvimento da região.
